quinta-feira, 24 de março de 2011

Boas-novas-vindas!!!

Pen(s)ar

Penso. Logo, existo
Existo. Logo, penso
Penso que existo logo
Existo. Penso logo
Penso no por quê de pensar logo
no por quê de existir o pensamento
Penso no por quê de pensar sobre o pensar
e sobre o vai e vem dos pensamentos
Numa mistura algumas vezes arco-íris
Outras cor de nada
Simplesmente tudo junto e amontoado
Compreender?
Quem sabe!
Existir é o de menos...pensar é que às vezes é (de)mais.

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Voltando aos posts galera!
Hoje eu estava inspirada pra escrever.
Boa noite a todos e até a próxima.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Funcionalismo

Poderia dizer-se que o funcionalismo é uma corrente teórica da linguística que considera o estudo de uma língua como a investigação das funções desempenhadas pelos elementos, as classes e os mecanismos que intervêm nela; consequentemente com esta importância da função, o funcionalismo entende que o estudo de um estado de língua, independentemente de toda reflexão histórica, tem valor explicativo e não só descritivo. Herdeiro das teses de Ferdinand de Saussure, o funcionalismo apoia-se na ideia de que o papel da língua como instrumento de comunicação é essencial. Dentre as várias tendências como a sociolinguistica, a linguistica textual, a AD, a analise da conversação, etc, a teoria funcionalista é uma dessas tendências que não tem seu surgimento tão recente, mas que teve de se reatualizar depois de Saussure.
Jakobson é considerado o pioneiro dessa escola por estender a noção de função da linguagem, restrita apenas à referência na teoria estruturalista, a outras funções que levam em conta os participantes da interação.
Os funcionalistas são, portanto, estruturalistas na medida em que seu objeto é de fato a língua como sistema. Porém, a abordagem lingüística difere das abordagens formalistas, pois concebe a linguagem como um instrumento de interação social, e busca a motivação para os fatos da língua no contexto do discurso, extrapolando a investigação da estrutura gramatical. O tratamento de uma língua natural sob a perspectiva funcionalista, põe sob exame a competência comunicativa. A Perspectiva Funcional da Sentença (PFS) é um ponto fulcral para os funcionalistas, quanto à estrutura gramatical das línguas naturais.
Após o funcionalismo, pensou-se não haver mais necessidade de se estudar por meio do formalismo. Porém, apesar de os dois estudarem o mesmo objeto, eles elegem diferentes fenômenos desse, e assim, ambos se fazem necessários.
Em se tratando do conceito de função, temos:

- Martinet: diz respeito à eficiência comunicativa das unidades estruturais
Função pode designar as relações entre uma forma e outra.
- Kiparky : função é a condição de disntintividade semântica - relação direta entre uma dada forma e seu significado referencial.
Função pode designar as relações entre uma forma e seu significado.
- Labov: função refere-se a motivação discursiva
Função pode designar as relações entre o sistema de formas e seu contexto.

O funcionalismo: seus principios de adequação explanatória
Desenvolver gramáticas funcionais mediante um sistema de regras que incorpore as generalidades.
DIK - Gramática funcional deve ter 3 principios:
I)Adequação pragmática
II) Adequação psicológica (modo como os falantes formulam expressões)
III) Adequação tipologica (explicar as similaridades e as diferenças entre os sistemas linguisticos)
Objetivo de uma gramática funcional: construção de um modelo de usuario de lingua natural. Para isso, são consideradas as capacidades humanas linguisticas, epistêmica, lógica, perceptual, social.
Na interação verbal estão munidos de expressões linguisticas regidas pelas seguintes regras:
1) as que governam a constituição das expressões linguisticas
2) as que governam os padrões de interação verbal em que elas são usadas.

Suas propriedades são determinadas pela informação contextual e situcional disponivel entre os interlocutores.
O fato de paradigmas serem diferentes, como o funcionalismo e o formalismo, não implica necessariamente que sejam excludentes, sendo, portanto, muito possível um trabalho conjunto destas teorias.

Materialismo histórico

A nível do ponto de vista materialista, temos pelo menos quatro possibilidades, sendo que cada viés apresenta suas particularidades:
      Bakhtin: a linguagem deve ser vista de forma dialógica, na qual a mesma se organiza na relação de conflito em que se dá.

      Foucoult: pensar nas condições da possibilidade; o porque de algo dito se constituir no verdadeiro da época e outro dito, não.

     Fairglough: nas interações sociais, é possível percebermos relações de poder – no modo como um médico fala com seu paciente, por exemplo, vê-se essa “hierarquização”; aluno e professor, homem e mulher, etc.

  Pêcheux: preocupação com a forma como a ideologia se materializa na linguagem e pela linguagem; a dependência dos sentidos, de alguma forma, da ideologia.


Uma retomada geral

·         Pré-linguística
-        Gregos (V a.C.)
-        Gramática Universal (VXIII)
-        Gramática Comparada (meados séc. XIX)
-        Neogramáticos (final séc. XIX)
Diz-se movimentos “pré-linguísticos” porque até  momento seus estudos não davam conta de explicar, ou melhor dizendo, pensar a linguagem como se desejava.

·         Linguística – séc. XX – Saussure – CLG
É o momento em que se instaura pela 1ªez um objeto de estudo da ordem do linguístico – a língua.
Saussure tenta explicar como as línguas se organizam, como funcionam, afirmando que elas se dão de um nível mais próximo da realidade a um mais abstrato.
Saussure, ao escolher/definir tal objeto teórico, az algumas “opções”, trazendo portanto:
-        exclusão do sujeito > PRAGMÁTICA
-        exclusão da história > FILOLOGIA
-        exclusão do objeto/referente > SEMÂNTICA REFERENCIAL (estuda a relação das palavras com as coisas do mundo)

>As escolas;

Estes domínios são pensados a partir de alguns movimentos:
-Estruturalista/gerativista > Sem. Referencial/ Sintaxe
-Materialista > Filologia
-Funcionalista > Pragmática

Falando sobre o vídeo: Predisposição biológica e criação cultural

  Existe uma área do cérebro humano responsável pela linguagem, podendo ocorrer nesta área algumas lesões capazes de prejudicar esta capacidade – as afasias.
  A metáfora da orquestra: a linguagem é fruto de todo um sistema funcionando junto, como uma orquestra; quando uma corda de um instrumento se rompe, por exemplo, causa um efeito no todo.
  Há alguns critérios que definem/separam a predisposição biológica da criação cultural, como as exceções dentro da espécie, a predisposição hereditária. Tem-se a escrita como um ótimo exemplo de criação cultural.

·         A capacidade de linguagem
A predisposição biológica da linguagem é tão forte que não é impedida mesmo por casos de deficiências – como a surdez ou deficiências mentais.

·         A faculdade da linguagem
O gerativismo acredita que a linguagem é algo inato do ser humano.

·         A propriedade da infinitude discreta
Permite que com um número finito de elementos/regras possamos produzir um número infinito de sentenças que nos possibilita expressar-se. Este trata-se de um forte argumento para afirmar que o ser humano é o único a possuir a capacidade biológica da linguagem.

O Gerativismo Chomskyano

O principal debate suscitado na ciência linguística foi protagonizado pelo linguista norte americano Noam Chomsky nos anos 50 do século passado. Em seu livro “Syntactic Structures”, o estudioso, apoiado no racionalismo clássico (cartesianismo) e na tradição lógica, em seu programa de pesquisa critica veemente os seguidores de Leonard Bloomfield por seu modo estruturalista de analisar a linguagem. Para alguns filósofos da Linguística, Chomsky teria promovido com seu programa de pesquisa uma verdadeira revolução científica, instaurando um novo paradigma científico – o Gerativismo.
Para Chomsky, os falantes possuem um saber inato sobre sua própria língua que os habilita  distinguir uma frase gramatical de outra agramatical, ou seja, temos um “saber sobre frases” e não um “saber frases”; reconhecemos quando uma sentença não é admissível na língua. Exemplificando:
           
“Os meninos são levados” (gramatical)
“Levados são os meninos” (agramatical)

De acordo com os gerativistas, esse pressuposto é sustentado por algumas evidencias como a rapidez no aprendizado da linguagem, a criatividade na criança para criar novas palavras/enunciados a partir de outros muito rudimentares, os universais linguísticos, a capacidade da criança em reconhecer quando uma sentença é ou não admissível na língua, entre outros. Além disso, para Chomsky, a linguagem humana baseia-se em uma propriedade elementar chamada Propriedade da infinitude discreta, que permite que com um número finito de elementos/regras possamos produzir uma infinitude de sentenças pelas quais é possível nos expressar. Esta propriedade é um forte argumento para dizer que o ser humano é o único a ter a capacidade biológica da linguagem.
Quanto à ruptura com o estruturalismo, há um pensamento muito relativo, chegando alguns estudiosos até mesmo a afirmar que Chomsky segue – e bem de perto – o estruturalismo, enquanto há aqueles que afirmam tanto uma ruptura parcial quanto uma total para com este.

O Estruturalismo

 Dominou quase todas as ciências humanas, não ficando restrito à Linguística e tentando explicar, praticamente, o homem.
 Em Linguística, possui diversas vertentes e diferenças, mesmo que utilizando o mesmo nome, pois cada “Estruturalismo” apresenta um objeto de estudo distinto.
 Preocupação elementar:
-        Europeu: a língua (langue)
-        Americano: a parole (“fala”)
 Vamos agora observar as diferenças entre cada um destes:

Estruturalismo Europeu:
-        Maior referência = Saussure (Curso de Linguística Geral);
-        Frequenta línguas da antiguidade (grego, latim, …);
-        Possui dois princípios primordiais: estrutura e autonomia:
> Princípio da Estrutura (o sistema): as unidades não são independentes do sistema, ou seja, deve-se pensar os elementos em sua relação com o sistema (o jogo de xadrez no CLG); o princípio da interdependência.
> Princípio da Autonomia (do sistema): a organização de uma língua se dá internamente, ou seja, pela relação das unidades linguísticas, não havendo relação com o externo ou com fatores externos.
-        Método de estudo dedutivo: hipotético; do geral para o particular;
-        Em síntese: as línguas são estruturadas; os elementos que a compõem só podem ser propriamente caracterizados a partir da organização global em que se integram.

Estruturalismo Americano:
-        Diferente do Europeu, o Estruturalismo Americano descende das línguas ágrafas dos índios norte americanos;
-        Maior referência: Bloomfield;
-        Bloomfield dizia que o estudo da língua só se dava por meio do estudo da fala das pessoas;
-        Há dois princípios em que se baseia o Estruturalismo Bloomfieldiano:
  > Princípio do indivíduo: destaca a importância do corpus na possibilidade de estudar-se a língua.
  > Princípio da substância: reforça que os fenômenos devem ser materialmente analisáveis para serem levados em conta.
-        Método de estudo indutivo: procedimentos de descoberta.
-        Em síntese: os estruturalistas, mais especificamente os distribucionalistas norte americanos, partindo da psicologia behaviorista, acreditavam que o estudo de uma língua deveria ser feito a partir de uma reunião de um conjunto de corpus tão variado quanto possível de frases efetivamente produzidas por falantes dessa língua, em determinada época, com o objetivo de descrever as regularidades existentes nessas falas.

É possível observar que estes estruturalismos estudados no texto de José Borges Neto, diferenciam-se não apenas quanto ao objeto observado, mas também nas definições de langue e parole, sendo a langue, para os Americanos, uma derivação da parole, o que contraria o pensamento saussuriano.

REFERÊNCIA:
BORGES NETO, J. Reflexões preliminares sobre o estruturalismo em linguística. IN: Ensaios de filosofia da linguística.