Dominou quase todas as ciências humanas, não ficando restrito à Linguística e tentando explicar, praticamente, o homem.
Em Linguística, possui diversas vertentes e diferenças, mesmo que utilizando o mesmo nome, pois cada “Estruturalismo” apresenta um objeto de estudo distinto.
Preocupação elementar:
- Europeu: a língua (langue)
- Americano: a parole (“fala”)
Vamos agora observar as diferenças entre cada um destes:
Estruturalismo Europeu:
- Maior referência = Saussure (Curso de Linguística Geral);
- Frequenta línguas da antiguidade (grego, latim, …);
- Possui dois princípios primordiais: estrutura e autonomia:
> Princípio da Estrutura (o sistema): as unidades não são independentes do sistema, ou seja, deve-se pensar os elementos em sua relação com o sistema (o jogo de xadrez no CLG); o princípio da interdependência.
> Princípio da Autonomia (do sistema): a organização de uma língua se dá internamente, ou seja, pela relação das unidades linguísticas, não havendo relação com o externo ou com fatores externos.
- Método de estudo dedutivo: hipotético; do geral para o particular;
- Em síntese: as línguas são estruturadas; os elementos que a compõem só podem ser propriamente caracterizados a partir da organização global em que se integram.
Estruturalismo Americano:
- Diferente do Europeu, o Estruturalismo Americano descende das línguas ágrafas dos índios norte americanos;
- Maior referência: Bloomfield;
- Bloomfield dizia que o estudo da língua só se dava por meio do estudo da fala das pessoas;
- Há dois princípios em que se baseia o Estruturalismo Bloomfieldiano:
> Princípio do indivíduo: destaca a importância do corpus na possibilidade de estudar-se a língua.
> Princípio da substância: reforça que os fenômenos devem ser materialmente analisáveis para serem levados em conta.
- Método de estudo indutivo: procedimentos de descoberta.
- Em síntese: os estruturalistas, mais especificamente os distribucionalistas norte americanos, partindo da psicologia behaviorista, acreditavam que o estudo de uma língua deveria ser feito a partir de uma reunião de um conjunto de corpus tão variado quanto possível de frases efetivamente produzidas por falantes dessa língua, em determinada época, com o objetivo de descrever as regularidades existentes nessas falas.
É possível observar que estes estruturalismos estudados no texto de José Borges Neto, diferenciam-se não apenas quanto ao objeto observado, mas também nas definições de langue e parole, sendo a langue, para os Americanos, uma derivação da parole, o que contraria o pensamento saussuriano.
REFERÊNCIA:
BORGES NETO, J. Reflexões preliminares sobre o estruturalismo em linguística. IN: Ensaios de filosofia da linguística.