quarta-feira, 20 de outubro de 2010

As grandes escolas da Linguística: tentando compreende-las, do ponto de vista epistemológico

A fim de compreender um pouco mais sobre as quatro grandes escolas linguísticas, que tal uma volta ao passado?!
Pois bem, a 1ª grande escola que encontraremos (séc. XVII) é a das Gramáticas Gerais, iniciada por Port Royal. Antes disso, no Ocidente a partir da descoberta do sânscrito (língua indiana da qual derivaram a maior parte das línguas ocidentais modernas e que, inclusive, atualmente é uma das 23 línguas "oficiais" do país) haviam apenas especulações filosóficas e literárias sobre a linguagem, sendo esta vista como ferramenta, mas não como objeto de estudo. Pensava-se muito no poder místico da linguagem, em sua relação com todas as coisas do mundo. A partir de Port Royal inicia-se uma tentativa de sistematização dos estudos da linguagem, considerando a idéia de categorizações desta; este estudioso acreditava que o ser humano se expressava por meio de frases - de um lado quem fala (sujeito) e de outro o que se fala (predicado, este ora de ação ora de qualificação - verbal, nominal,...) - e que tudo aquilo que fugia desta ordem era desconsiderado linguagem; além disso, para que estas frases fossem consideradas linguagem, deveriam expressar a realidade, ser verdadeiras; acrediava também que a linguagem seguia uma lógica matemática, pela qual suas mudaças e transformações se davam pelo seu uso: algo negativo para época, já que a partir disto a linguagem deveria sempre seguir esta ordem lógica, numa ilusória comunicação sem interferências, erros.
Mas, como tende o incessante universo dos estudos científicos, é claro que grande parte dos sucessores de Port Royal vieram para contestar seus feitos até então. Europa, século XIX, surge a Linguística Histórica, dividindo-se em comparativistas e neogramáticos.
Tem-se a Gramática Comparada: uma analogia entre o Sânscrito e a maioria das línguas européias (antigas e modernas; não se trata apenas de uma questão de semelhanças, mas sim de parentesco (hipótese de um tronco comum para estas línguas - o indo-europeu). Estabelece correspondências entre as línguas, independente da distância no tempo, procurando que o elemento X de uma época ocupa o lugar do elemento X' da outra, comparação esta antes de tudo a partir de seus elementos gramaticais.
  • A tese do declínio das línguas: a língua não era um meio, mas um fim: o espírito humano moldáva-se como uma obra de arte, em que procurava representar-se a si mesmo; as línguas tiveram de assumir 3 formas principais, que aparecem numa classificação baseada em sua estrutura interna:
-em 1° lugar foram isolantes: inanalisáveis, impassíveis de distinção entre seus elementos lexicais e gramaticais;
-depois, algumas se tornarm aglutinantes: comportavam palavras lexicais e gramaticais, mas sem regras precisas para a fomação das palavras;
-por último, formaram-se as línguas flexionais:  com regras precisas comandando a organização interna das palavras. Porém, desde que o homem a "impôs" como instrumento da vida social, esta não mais cessou de quebrar/destruir esta ordem interna. Uma das explicações para a mudança/variação das línguas era exatamente esta constante mudança de estágio.
Final do séc. XIX: os neogramáticos: as mudanças pelas quais as línguas passam não significam um declínio das mesmas, pois não ocorrem por fatos externos, mas sim pela sua organização interna, não mais por seu uso; para eles, a Linguística Hitórica deve ser explicada; é a partir das próprias falas das pessoas que deve-se, pela observação, explicá-las cientificamente, empiricamente. Deve-se estabelecer um recorte temporal para os estudos. Não há outra explicação para as mudanças da língua se não a histórica, tendo as causas das memas dando-se por duas ordens:
 - articulatória: quando ocorre uma modificação em um estado, nenhuma palavra pode escapar desta modificação;
 - analógica: os locutores tendem a agrupar as palavras e frases em classes, cujos elementos se asemelham pelo som e sentido, criando palavras novas capazes de enriquecer tais classes - uma palavra se tornava outra pela relação com outra.
Século XX, finalmente, temos o Saussurianismo: figura de Ferdinand de Saussure, considerado o pai da Linguística. Obra inaugural desta escola: Curso de Linguística Geral - CLG. Muito diferente das escolas anteriores, totalmente inovadora; Saussure propõe pensar a língua como sistema, preocupando-se com os deslocamentos sofridos com o uso dos elementos (o famoso exemplo do jogo de xadrez!), ou seja, seu funcionamento, e não, como até então, com a função dos elementos em si. Além disso, propõe também uma ciência que englobe as formas visuais de linguagem, chamada Semiologia e a Linguística, estudando a linguagem verbal.
Com isso, finalizo por hora mais um post.
Que suas mentes viagem à vntade no meu mundo linguístico!
Obrigada pela visita e boa noite.
BjoOs até a próxima

Epistemologia da Linguística

Ora, vejam!A disciplina que me fez criar este blog e até agora nem um postizinho sobre a fulana.Que desleicho!!!
Pois bem, me desculpo!Deixe-me corrigir já esta falha.
A epistemologia da Linguística expõem as diversas teorias linguísticas existentes, explicando suas abordagens e aplicações. Há três métodos utilizados para tal:
 - Indutivo: partindo de uma premissa menor para uma maior, é a generalização a partir de certo número de casos em que algo é verdadeiro, deduzindo então que o mesmo ocorro com o todo.
 - Dedutivo: partindo de uma premissa maior para uma menor,é muito utilizado para aplicar regras gerais a casos particulares, apesar de não ir além daquilo que já se sabe.
 - Abdutivo: é a adoção probatória da hipótese; as idéias da ciência vêm através dela. Consiste em estudar fatos e criar uma teoria para tentar explicá-los.
Feito!
Agora que me redimi, vamos ao próximo post!
=]